14 outubro 2011

Tempo Obstruído

Estruturava pensamentos de acordo com os pingos da chuva, calculava toda ação e não me ausentava de qual reação física seria tomado, passava se o tempo e o tempo navegava por dentro de olhos embaraçados que insistiam em causar o medo do afago do fel, sabia eu que não podia recuar das parábolas do cotidiano ou tão quanto medir forçar com o superior das energias ocultas, horas adentro não entendia o curso das linhas tortas escritas pelas mãos certas.

Sonhava mas não imaginava que a realidade pudesse ser tão tétrica a ponto de sacudir toda poeira deixada pela obra que dentro do ser prosseguia, imaginava a lentidão dos passos da mente que quase psicografava as letras no papel, mão que corria e não tinha tanta certeza das recordações que teria após finalizar sua obra, essas do qual fazem do ser humano o maior Deus de todos os tempos, dividia o pão e transformava a matéria aos olhos nus, sempre observando à barca que caminhava para delatar todos aqueles que persistiam em pensar algo fora da realidade obstruída, nem sabíamos que todo o tempo tomado se repetia em cada frase dita, repetição que ardia dentro dos ouvidos daquele quem em vão escrevia as frases do fim que podia ser o começo de uma nova era.

Atentava ao pudor das misturas engrenadas de parafusos desmiolados dos relógios da vida.


Saiba que a cada passo a vida lhe toma o que temos de mais precioso; O Tempo.