19 outubro 2009

Na vida acreditamos

Perco a linha nos meus desejos, não sei o certo e muito menos o que vai ser o errado, nesse meio tempo me escondo nos seus beijos. Paro e olho para o nada, esse sim me parece como um futuro genocídio e inflama minha alma. Assim vou me perdendo em amores, sinto a falta de ti e nos meus joelhos sempre pulsará algo mais forte do que as dores que batem em meu peito. Não vejo o futuro e temo mais o presente embrulhado com papel colorido que vai sem saber realmente se irá conseguir. Já não tenho objetivo,já deixei há muito e nem mesmo o vento poderá me soprar de volta.
A vida nem sempre concorda e esse casamento é aquele onde você sempre será o mais fraco, a vida por si só faz o que convém a ela e você a segue .
Pior do que o amor é o fato de venerar alguém e se perguntar: se é amor, por que tanto sofrer? Por que tantas dúvidas? Abra o velho livro e pegue a folha seca de alecrim, pois só assim sentirá o poder que os olhos dela provocam em meu machucado e vagabundo coração, isso é a mesma coisa que seu sorriso provoca, as mais belas tardes na primavera contemporânea retoricamente mudada pelo aquecimento global, sua pele é o calor do frio e nem pontes e luas podem seguir e sentir o mesmo afeto e vontade , completos por minutos separados por anos e destinos tortos. Assim vão caminhando junto ao real medo de um dia enfim ficarem, já não é deixado na cabeceira da cama a garrafa de água, e o café agora tomado sozinho numa tarde sombria é vago e lento, ainda consigo apreciar e lembrar de sua nudez e seu olhar, já identificando o desejo.
Sereno como o lago, sua união é água e vinho e como num completo fenômeno se juntam de forma esplêndida. A água se agarra ao óleo fazendo dessa mistura uma dança da qual jamais será esquecida pelos olhos daqueles que presenciaram o inesquecível amor, único e infinito, mas que será devidamente cultivado por aqueles que amam.

R. Davoglio
Revisado por Chu Mataveli